Dizem que a alguns anos, um buscador aproximou-se de um Mestre da
Arte Real (um verdadeiro Místico) e perguntou-lhe:
O HOMEM DO NIVEL 1
O HOMEM DO NIVEL 5
O HOMEM DO NIVEL 6
O HOMEM DO NIVEL 7
E o buscador pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor, compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança encheram-lhe todo o seu ser.
Enviado por Lisana Ratti <lisana.numerologia@gmail.com>
-
Mestre, gostaria muito de saber por que razão os seres humanos guerreiam-se e
por que não conseguem entender-se, por mais que apregoem estar buscando a Paz e
o entendimento, por mais que apregoem o Amor e por mais que afirmem abominar o
Ódio?
- Essa é uma pergunta muito séria. Gerações e gerações a
têm feito e não conseguiram uma resposta satisfatória, por não se darem conta
de que tudo é uma questão de nível evolutivo. A grande maioria da Humanidade do
planeta Terra está vivendo atualmente no nível 1. Muitos outros, no nível 2 e
alguns outros no nível 3. Essa é a grande maioria. Alguns poucos já conseguiram
atingir o nível 4, pouquíssimos o nível 5, raríssimos o nível 6 e somente de
mil em mil anos aparece algum que atingiu o nível 7.
-
Mas, Mestre, que níveis são esses?
- Não adiantaria nada explicá-los, pois além de não
entender, também, logo em seguida, você os esqueceria e esqueceria também a
explicação. Assim, prefiro levá-lo numa viagem mental, para realizar uma série
de experimentos e aí, então, tenho certeza, você vivenciará e saberá exatamente
o que são esses níveis, cada um deles, nos seus mínimos detalhes.
Colocou,
então, as pontas de dois dedos na testa do consulente e, imediatamente, ambos
estavam em um outro local, em outra dimensão do Espaço e do Tempo. O local era
uma espécie de bosque, e um homem se aproximava deles.
Ao chegar mais perto, disse-lhe o Mestre:
-
Dê-lhe um tapa no rosto.
-
Mas por quê? Ele não me fez nada…
-
Faz parte do experimento. Dê-lhe um tapa, não muito forte, mas dê-lhe um tapa!
E o
homem aproximou-se mais do Mestre e do consulente. Este, então, chegou até o
homem, pediu-lhe que parasse e, sem nenhum aviso, deu-lhe um tapa que estalou.
Imediatamente, como se fosse feito de mola, o
desconhecido revidou com uma saraivada de socos e o consulente foi ao chão, por
causa do inesperado do ataque. Instantaneamente, como num passe de mágica, o
Mestre e o consulente já estavam em outro lugar, muito semelhante ao primeiro e
outro homem se aproximava. O Mestre, então comentou:
-
Agora, você já sabe como reage um homem do nível 1. Não pensa. Age
mecanicamente. Revida sem pensar. Aprendeu a agir dessa maneira e esse
aprendizado é tudo para ele, é o que norteia sua vida, é sua “muleta”.
O HOMEM DO NIVEL 2
Agora, você testará da mesma maneira, o nosso companheiro
que vem aí, do nível 2. Quando o homem se aproximou, o consulente pediu que
parasse e lhe deu um tapa. O homem ficou assustado, olhou para o consulente,
mediu-o de cima a baixo e, sem dizer nada, revidou com um tapa, um pouco mais
forte. Instantaneamente, já estavam em outro lugar muito semelhante ao
primeiro.
-
Agora, você já sabe como reage um homem do nível 2: pensa um pouco, analisa
superficialmente a situação, verifica se está à altura do adversário e aí,
então, revida.
Se
ele julgar-se mais fraco, não revidará imediatamente, pois irá revidar à
traição. Ainda é carregado pelo mesmo tipo de “muleta” usada pelo homem do
nível 1. Só que analisa um pouco mais as coisas e fatos da vida. Entendeu?
O HOMEM DO NIVEL 3
Repita o mesmo com esse aí que vem chegando, o nível 3. A
cena repetiu-se. Ao receber o tapa, o homem parou, olhou para o consulente e
assim falou:
- O
que é isso, moço? Mereço uma explicação, não acha? Se não me explicar
direitinho por que razão me bateu, vai levar uma surra! Estou falando sério!
- Eu
e o Mestre estamos realizando uma série de experimentos e este experimento
consta exatamente em fazer o que fiz, ou seja, bater nas pessoas para ver como
reagem.- E querem ver como reajo?
-
Sim. Exatamente isso… – e perguntou o buscador – como você vai reagir? Vai
revidar? Ou vai nos ensinar uma outra maneira de conseguir aprender o que
desejamos?
- Já nem sei se continuo discutindo com vocês, pois acho
que estou perdendo meu tempo. São dois malucos e tenho coisas mais importantes
para fazer do que ficar conversando com dois malucos. Que outro, em algum outro
lugar, revide por mim. Não vou nem perder meu tempo com vocês, pois não merecem
meu esforço… São uns perfeitos idiotas... E ainda querem me convencer de que
estão buscando conhecimento. Picaretas! Isso é o que vocês são! Uns picaretas!
Uns charlatões!
Imediatamente,
aquela cena apagou-se e já se encontravam em outro luar, muito semelhante a
todos os outros. Então, o Mestre comentou:
-
Agora, você já sabe como age o homem do nível 3: gosta de analisar a situação,
discutir os pormenores, criticar tudo, mas não apresenta nenhuma solução ou
alternativa, pois ainda usa as mesmas “muletas” que os outros dois anteriores
também usavam.
Prefere
deixar tudo pra lá, pois não tem tempo para se aborrecer com a ação, que
prefere deixar para os outros.
É um erudito e teórico que fala muito, mas que age muito
pouco e não apresenta nenhuma solução para nenhum problema, a não ser a mais
óbvia e assim mesmo, olhe lá… É um medíocre enfatuado, cheio de erudição, que
se julga o “Dono da Verdade”, que se acha muito “entendido” e que reclama de
tudo e só sabe criticar.
É o
mais perigoso de todos, pois costuma deter cargos de comando, por ser,
geralmente, portador de algum diploma universitário em nível de bacharel (mais
uma outra “muleta”) e se pavoneia por isso. Possui instrução e muita erudição.
Já
consegue ter um pouquinho mais de percepção das coisas, mas é somente isso.
O HOMEM DO NIVEL4
Vamos, agora, saber como reage um homem do nível 4. Faça
o mesmo com esse que aí vem.
E a
cena repetiu-se. O caminhante olhou para o buscador e perguntou:
-
Por que você fez isso? Eu fiz alguma coisa errada? Ofendi você de alguma
maneira? Enfim, gostaria de saber por que motivo você me bateu. Posso saber?
-
Não é nada pessoal. Eu e o Mestre estamos realizando um experimento para
aprender qual será a reação das pessoas diante de uma agressão imotivada.
- Estamos dando tapas nas pessoas que passam, para
conhecermos suas reações. Não é nada pessoal…
- Pelo visto, já realizaram este experimento com outras
pessoas. Já devem ter aprendido muito a respeito de como reagem os seres
humanos, não é mesmo?
- É…
Estamos aprendendo um bocado. Qual será sua reação? O que pensa de nosso
experimento? Tem alguma sugestão melhor?
-
Hoje, vocês me ensinaram uma nova lição e estou muito satisfeito com isso e só
tenho a agradecer por me haverem escolhido para participar deste seu
experimento. Apenas acho que vocês estão correndo o risco de encontrar alguém
que não consiga entender o que estão fazendo e revidar à agressão. Mas também
se não corrermos algum risco na vida, nada jamais poderá ser conseguido, em
termos de evolução.
O Mestre assim comentou:
- O
homem do nível 4 já está bem distanciado e se desligando gradativamente dos
afazeres mundanos. Já sabe que existem outros níveis mais baixos e outros mais
elevados, e está buscando apenas aprender mais e mais para evoluir, para
tornar-se um sábio.
Não
é, em absoluto um erudito (embora até mesmo possa possuir algum diploma
universitário) e já compreende bem a natureza humana para fazer julgamentos
sensatos e lógicos. Por outro lado, possui uma curiosidade muito grande e uma
insaciável sede de conhecimentos. E isso acontece porque abandonou suas
“muletas” há muito pouco tempo, talvez há um mês ou dois.
Mas vamos continuar com o nosso aprendizado. Repita o
mesmo com este homem que aí vem, e vamos ver como reage um homem do nível 5. O
tapa estalou.
-
Filho meu… Eu bem o mereci por não haver logo percebido que estavas
necessitando de ajuda. Em que te posso ser útil?
-
Não entendi… Afinal, dei-lhe um tapa. Não vai reagir?
- Na
verdade, cada agressão é um pedido de ajuda. Em que te posso ajudar, filho meu?
-
Então, é nisso que te posso ajudar? Ajudar-te-ei com muita satisfação
pedindo-te perdão por não haver logo percebido que desejas aprender. É
meritória tua ação, pois o saber é a coisa mais importante que um ser humano
pode adquirir. Somente por meio do saber é que o homem se eleva. E se estás
querendo aprender, só tenho elogios a te oferecer.
Logo
aprenderás a lição mais importante que é a de ajudar desinteressadamente as
pessoas, assim como estou a fazer com vocês, neste momento.
Instantaneamente, a cena se desfez e logo se viram em
outro caminho, um pouco mais agradável do que os demais, e o Mestre assim se
expressou:
-
Quando um homem atinge o nível 5, começa a entender que a Humanidade, em geral,
digamos, o homem comum, é como uma espécie de adolescente que ainda não
conseguiu sequer se encontrar e, por esse motivo, como todo e qualquer bom
adolescente, é muito inseguro e, devido a essa insegurança, não sabe como pedir
ajuda e agride a todos para chamar atenção e pedir, então, de maneira velada e
indireta, a ajuda de que necessita.
O
homem do nível 5 possui a sincera vontade de ajudar e de auxiliar a todos
desinteressadamente, sem visar vantagens pessoais.
Agora, dê um tapa nesse homem que aí vem.
E o
buscador iniciou o ritual. Pediu ao homem que parasse e lançou a mão ao seu
rosto. Jamais entendera como o outro, com um movimento quase instantâneo,
desviou-se e a sua mão atingiu apenas o vazio.
-
Meu filho querido! Por que você queria ferir-se a si mesmo? Ainda não aprendeu
que agredindo os outros você estará agredindo a si mesmo? Você ainda não
conseguiu entender que a Humanidade é um organismo único e que cada um de nós é
apenas uma pequena célula desse imenso organismo?
Seria
você capaz de provocar, deliberadamente, em seu corpo, um ferimento que vai
doer muito e cuja cicatrização orgânica e psíquica vai demorar e causará muito
sofrimento inútil?
Instantaneamente, tudo se desfez e se viram em outro
ambiente, ainda mais lindo e repousante do que este último em que estiveram.
Então o Mestre falou:
-
Este é um dos níveis mais elevados a que pode chegar o ser humano em sua senda
evolutiva, ainda na Matéria, no Planeta Terra. Um homem que conseguiu entender
o que é o Amor, já é um Homem Sublime, Inefável e quase Inatingível pelas
infelicidades humanas, pois já descobriu o Começo da Verdade, mas ainda não a
conhece em toda sua Plenitude, o que só acontecerá quando atingir o nível 7.
Logo você descobrirá isso.
Dê um tapa nesse homem que aí vem chegando. Vamos ver
como reage o homem do nível 7. E o buscador pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor, compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança encheram-lhe todo o seu ser.
-
Bata nele! – ordenou o Mestre.
-
Não posso, Mestre, não posso…
- Bata nele! Faça um grande esforço, mas terá que bater
nele! Nosso aprendizado só estará completo se você bater nele! Faça um grande
esforço e bata! Vamos! Agora!
-
Não, Mestre. Sua simples presença já é suficiente para que eu consiga
compreender a futilidade de lhe dar um tapa. Prefiro dar um tapa em mim mesmo.
Nele, porém, jamais!
-
Bate-me – disse o Homem com muita firmeza e suavidade – pois só assim
aprenderás tua lição e saberás finalmente, porque ainda existem guerras na
Humanidade.
-
Não posso… Não posso… Não tem o menor sentido fazer isso…- Então – tornou o
Homem – já aprendeste tua lição. Quem, dentre todos em quem bateste, a ensinou
para ti? Reflete um pouco e me responde.
- Acho que foram os três primeiros, do nível 1 ao nível
3. Os outros apenas a ilustraram e a complementaram. Agora, compreendo o quão
atrasados eles estão e o quanto ainda terão que caminhar na senda evolutiva
para entender esse fato. Sinto por eles uma compaixão muito profunda. Estão de
“muletas” e não sabem disso. E o pior de tudo é que não conseguem perceber que
é até muito simples e muito fácil abandoná-las e que, no preciso instante em
que as abandonarem, começarão a progredir. Era essa a lição que eu deveria
aprender?
- Sim, filho meu. Essa é apenas uma das muitas facetas do
Verdadeiro Aprendizado. Ainda terás muito que aprender, mas já aprendeste a
primeira e a maior de todas as lições. Existe a Ignorância! – volveu o Homem
com suavidade e convicção
-
Mas ainda existem outras coisas mais que deves ter aprendido. O que foi?
-
Aprendi, também, que é meu dever ensiná-los para que entendam que a vida está
muito além daquilo que eles julgam ser muito importante – as suas “muletas” – e
também sua busca inútil e desenfreada por sexo, status social, riquezas e
poder.
- A
Humanidade ainda é uma criança, mal acabou de nascer, mal acabou de aprender
que pode caminhar por conta própria, sem engatinhar, sem precisar usar
“muletas”. O grande erro é que nós queremos fazer tudo às pressas e medir tudo
pela duração de nossas vidas individuais. O importante é que compreendamos que
o tempo deve ser contado em termos cósmicos, universais. Se assim o fizermos,
começaremos, então, a entender que o Universo é um organismo imenso, ainda
relativamente novo e que também está fazendo seu aprendizado por intermédio de
nós seres vivos conscientes e inteligentes que habitamos planetas disseminados
por todo o Espaço Cósmico.
Nossa vida individual só terá importância, mesmo, se
conseguirmos entender e vivenciar este conhecimento, esta grande Verdade:
“somos todos uma imensa equipe energética atuando nos mais diversos níveis
energéticos daquilo que é conhecido como Vida e Universo, que, no final das
contas, é tudo a mesma coisa”.
-
Mas sendo assim, para eu aprender tudo de que necessito para poder ensinar aos
meus irmãos, precisarei de muito mais que uma vida. Ser-me-ão concedidas mais
outras vidas, além desta que agora estou vivendo?
- Mas ainda não conseguiste vislumbrar que só existe uma
única Vida e tu já a estás vivendo há milhões e milhões de anos e ainda a
viverás por mais outros tantos milhões, nos mais diversos níveis? Tu já foste
energia pura, átomo, molécula, vírus, bactéria, enfim, todos os seres que já
apareceram na escala biológica. E tu ainda és tudo isso. Compreende, filho meu,
nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
-
Mas mesmo assim, então, não terei tempo, neste momento atual de minha
manifestação no Universo, de aprender tudo o que é necessário ensinar aos meus
irmãos que ainda se encontram nos níveis 1, 2 e 3.
- E quem o terá jamais, algum dia? Mas isso não tem a
menor importância, pois tu já estás a ensinar o que aprendeste, nesta breve
jornada mental. Já aprendeste que existem 7 níveis evolutivos possíveis aos
seres humanos, aqui, agora, neste Planeta Terra.
O Autor deste conto conseguiu transmiti-lo, há alguns
milênios, através da Tradição Oral, durante muitas e muitas gerações.
Compreendes,
agora, que não será necessário mais do que uma única vida como um ser humano,
neste Planeta Terra, para que aprendas tudo e que possas transmitir esse
conhecimento a todos os seres humanos, nos próximos milênios vindouros?
É só
uma questão de tempo, não concordas, filho meu?
Tu e todos os demais que estão transmitindo esse
conhecimento já cumpriram as suas partes.
Que
os outros, os que dele estão tomando conhecimento, cumpram as suas. Para isso
são livres e possuem o discernimento e o livre-arbítrio suficientes para fazer
suas escolhas e nada tens com isso.
Entendeste,
filho meu?
J.Truffi
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