Penso que a vida é uma experiência para nos fazer enxergar quem somos, e quem somos está encoberto por crenças e valores que geram sentimentos diversos, as vezes confundindo nossa visão.
Talvez por isso quem se aproxime de nós evidencie nossas diferenças pelo contraste, nos levando a reflexão . Nossos Sentimentos revelam os valores que atribuímos aos fatos e coisas, que por sua vez revelam nosso grau de miopia ou esclarecimento.
Avaliamos o mundo e as pessoas que nos cercam através destes valores, em uma especie de julgamento. Não importa quais sejam estes valores, sabemos que sempre serão limitados e certamente nosso julgamento sempre será imperfeito. Isso porque o fiel da balança nos fala de isenção. Se quisermos compreender a justiça teremos que aceitar que as causas se transformem em efeitos, sem qualquer interferência sobre elas, qualquer atribuição de valor é injusta.
Ausência de julgamento seria então a grande sabedoria, difícil de ser alcançada, a menos que se desperte dentro de si mesmo a consciência da unidade das coisas. Quando lemos a carta de Paulo aos Corintios falando sobre o amor, nos damos conta que esta ausência de Julgamento é o próprio amor universal, uma percepção de que somos únicos, mas também somos um todo indivisível.
Julgar é deixar seus valores pessoais avaliar a situação do outro, afetando sua percepção, é perder a oportunidade de ouvir, sentir e ver a verdade das coisas que é isenta de valor. O Julgamento vem do nosso interior, daquilo que experimentamos e vivenciamos de acordo com nossas crenças e valores anteriores. Seremos sempre realimentados por estes valores internos, onde a experiencia de hoje é pesada e medida pelo resultado das experiencias passadas nos tornando assim escravos de nossas próprias crenças, a menos que sejamos capazes de esvaziar a taça da mente e do coração. "..Largue tudo que possuis e me Siga", "..O cálice que deverá ser derramado por todos os homens para o perdão dos pecados" Jesus Cristo.
Curioso que queremos ver o "invisível", ouvir o "inaliável", compreender o incompreensível. Certamente que não será nem com os olhos, com os ouvidos ou com a razão.
Não é o que se vê, mas o que se sente,
Não é o que se ouve, mas o que se percebe no silencio,
Não é o que se ganha ou o que se enche, mas o que se esvazia.
Algo de mágico acontece na simplicidade do natural que não tem explicação...
João Sérgio.
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