A holografia é uma técnica de armazenamento de informação desenvolvida pelo físico húngaro Dennis Gabor em 1947, e que lhe rendeu o prêmio Nobel de Física de 1971. Uma maneira de gravar um holograma é utilizar um feixe de luz coerente, como um raio laser, e dividir o feixe em dois componentes. O primeiro deles incide em um objeto tridimensional, e é refletido em direção a uma placa fotográfica. O segundo componente do feixe serve como “referência”, e interfere com o primeiro na chapa fotográfica. Após revelar a placa fotográfica, obtém-se o holograma. Para reconstruir a imagem do objeto, basta lançar sobre o holograma um feixe de luz. Com isso o observador tem a ilusão de ver o objeto, sob um certo ângulo. Se o observador se movimenta, a imagem aparece sob nova perspectiva, criando a nítida impressão de um objeto tridimensional.
Cada ponto do filme holográfico recebe luz de todos os pontos do objeto.
Nesse sentido, cada pequena região do filme bidimensional contém informação do
objeto tridimensional como um todo, visto de uma certa perspectiva. Se um
pedacinho do holograma for cortado, ainda sim se poderá ver a imagem completa
do objeto no pedacinho. É nesse sentido que “o todo está contido em cada
parte”, como é apresentado na coletânea de textos “Totalidade e Ordem
Implicada”, traduzida para o português em 1992 pela editora Cultrix, com uma
nova tradução lançada em 2008 pela editora Madras, do original em inglês de
1980.
O Misticismo Holográfico
A ideia desenvolvida pelo psicólogo Pribram, é que a informação
armazenada em nosso cérebro se organiza de maneira semelhante a um holograma,
em camadas relacionadas. Assim, em uma certa camada do cérebro, uma minúscula
região estaria conectada a uma extensa região de outra camada (por exemplo, da
retina). Segundo essa teoria nosso acesso à memória e mesmo nossa consciência
surgiriam de um processo semelhante à reconstrução de um holograma. Dessa
maneira, Pribram explicava experimentos em que uma grande parcela do cérebro de
camundongos eram extirpadas e ainda assim eles conservavam o grosso de sua
memória. Detalhes desta teoria holonômica são apresentados no seu livro
“Languages of the Brain”, de 1977.
O Cérebro Holográfico
A reunião das concepções de Bohm e Pribram levou ao “paradigma holográfico”, que Talbot resumiu da seguinte maneira:
A reunião das concepções de Bohm e Pribram levou ao “paradigma holográfico”, que Talbot resumiu da seguinte maneira:
“Nosso cérebro constrói matematicamente a realidade objetiva ao interpretar frequências que são, na verdade, projeções provenientes de uma outra dimensão, de uma ordem mais profunda de existência, que está além tanto do tempo como do espaço. O cérebro é um holograma envolvido num universo holográfico” (Talbot, 1992, p. 79)
A partir destas concepções de Bohm e Pribram, Talbot interpreta as alegações parapsicológicas através do “paradigma holográfico”, incluindo a psicocinese em experimentos quânticos (Jahn & Dunne, 1987), transmissão de pensamento durante o sonho (M. Ullman, 1987), curas milagrosas de câncer por meio de técnicas de mentalização (C. Simonton, 1980) e de milagres religiosos como o surgimento de estigmas e a liquefação do sangue de São Januário.
O “Paradigma holográfico” defende que todas as coisas do Universo estão
interligadas, e que há níveis de realidade mais profundos, e que o mundo que
percebemos como ordenado no espaço e no tempo é apenas uma construção mental. O
interesse por esse tema parece ter aumentado nos últimos anos devido ao
surgimento de uma nova ideia na cosmologia, conhecida como “princípio
holográfico”, trazida pelo ganhador do prêmio Nobel holandês Gerardus ‘T Hooft
(1993), em seus estudos sobre buracos negros, e foi desenvolvida por Leonard
Susskind, no contexto da teoria das supercordas.
Um buraco negro surge do colapso gravitacional de uma grande estrela, e
possui uma densidade tão grande que nem a luz consegue escapar da sua atração
gravitacional. A ideia é que toda a física tridimensional de um buraco
negro poderia se reduzir às duas dimensões de sua superfície. Em artigo
divulgado na Scientific American Brasil de setembro de 2003, o
mexicano-israelense Jacob Bekenstein concluiu da seguinte maneira: “Esse
resultado significa que duas teorias ostensivamente muito diferentes – que nem
atuariam em espaços de mesma dimensão – são equivalentes. Criaturas que vivem
em um desses universos seriam incapazes de determinar se eles habitam um
universo de 5 dimensões, descrito pela teoria das cordas, ou um de 4 dimensões,
descrito por uma teoria quântica de campos para partículas pontuais”.
Um outro aspecto intrigante da metáfora holográfica é uma possível
relação das ideias de Geoffrey Shew de que as partículas subatômicas são
dinamicamente compostas uma das outras, de tal modo que cada uma delas envolve
todas as demais; a outra ideia é a noção de David Bohm de ordem implicada, de
acordo com a qual toda a realidade está envolvida em cada uma das partes. O que
todas estas ideias têm em comum é a noção de que a “holomonia” pode ser a uma
propriedade universal da natureza.
Entre os místicos ocidentais, aquele cujo pensamento mais se aproxima da
visão do misticismo cientifico é, provavelmente, Pierre Teilhard de Chardin,
que além de sacerdote jesuíta, era também um eminente cientista, e ofereceu
importantes contribuições para a geologia e a paleontologia. Ele tentou
integrar seus insights científicos, suas experiências místicas e doutrinas
teológicas numa cosmovisão coerente as ideias da evolução de sua época. A
teoria da evolução de Teilhard de Chardin está em acentuado contraste com a
teoria neodarwinianas, mas apresenta algumas notáveis semelhanças com a teoria
de sistemas. O que ele chamou de “lei da complexidade e consciência”, enuncia
que a evolução se desenrola na direção de uma crescente complexidade, e que
esse aumento de complexidade é acompanhado por uma elevação do nível de
consciência, culminando na espiritualidade humana. Teilhard usa o termo
“consciência” no sentido de percepção consciente, como o “efeito específico da
complexidade organizada”, perfeitamente compatível com a concepção holográfica
da mente. Neste sentido, podemos deduzir que o processo inverso também
acontece, ou seja, a medida que o ser busca uma maior integração é necessário,
portanto uma simplificação e síntese.
Na mesma linha, parte desta visão tem sido incorporada pelos seguidores
da psicologia de Carl Jung, que veem no “inconsciente coletivo” uma
manifestação da ordem implicada que se tornaria explícita nas manifestações
culturais e psicológicas dos diferentes povos humanos.
Neste sentido, Talbot dá destaque para Stanislav Grof, psiquiatra que
tratava seus pacientes usando LSD, e que explica os estados alterados de
consciência e seu alegado acesso ao inconsciente coletivo e a vidas passadas
por meio do paradigma holográfico. Grof participou da criação do movimento da
“psicologia transpessoal” juntamente com Abraham Maslow, Wilber e outros, no
início dos anos 1970, que explora a dimensão espiritual da psicologia humana,
ou seja, aquela que transcenderia os limites do indivíduo.
A visão mística da consciência baseia-se na experiência da realidade em
formas não-ordinárias de consciência, as quais são tradicionalmente alcançadas
através da meditação; podem ocorrer espontaneamente no processo de criação
artística e em vários outros contextos. Os modernos psicólogos passaram a
chamar de “transpessoais” as experiências incomuns dessa espécie, porque
parecem permitir a mente individual estabelecer contato com modelos mentais
coletivos e até cósmicos.
Talbot acredita que quanto mais estudamos o mundo vivo, mais nos
apercebemos que a tendência para a associação, o estabelecimento de vínculos, a
cooperação, é uma característica essencial dos organismos vivos. Lewis
Thomas observou: “Não temos seres solitários. Cada criatura está, de alguma
forma ligada ao resto e dele depende” (pag. 272)
Projeções da Mente Cósmica
No livro O Homem, Deus e o Universo, I.K.Taimini usa a figura de um
prisma para explicar o fenômeno da Projeção da mente cósmica no plano da
manifestação. Ele explica que a luz branca ao atravessar o prisma diferencia-se
em um espetro de múltiplas cores, e que embora a luz se diferencie em uma
diversidade de cores ela não perde a sua unidade natural. Experiências
comprovam que da mesma forma, se colocarmos um outro prisma recebendo esta
multiplicidade de cores, o que se terá do outro lada desta vez, será novamente
a luz branca. Desta forma, se fosse possível a alguém ver apenas um dos lados
do prisma, teria a sensação da inexistência do outro. Para aquele que conheça
apenas o mundo das cores, a ausência delas pode ser interpretada como trevas,
entendendo-se trevas como a ausência de cores, enquanto que a luz branca é a
presença de todas as cores numa forma integrada.
Taimini compara esta diversidade de cores com o mundo manifesto e
explica que a Mônada, oriunda do mundo da luz branca precisa desta diversidade
para adquirir conhecimento e experiência. Devemos deixar o mundo das sombras se
desejamos conhecer a realidade que o produziu, abandonar o reino da mente a fim
de conhecer a consciência, abandonar o mundo da relatividade para conhecer o
Absoluto, desde que isso seja possível.
Ele afirma que o reverso desta proposição pode responder à questão de
porque a Mônada tem que descer aos mundos inferiores a fim de adquirir a
experiência necessária a seu misterioso desenvolvimento. Vivendo no seio do
pai, no domínio da “luz branca”, ela deve descer ao mundo da manifestação onde
pode encontrar as “cores” obtidas pela diferenciação desta luz. E para isso
precisa construir os mecanismos apropriados a descida e experiência nestes
planos inferiores.
No capítulo III, o autor descreve os planos de descida da Mônada para
penetrar na realidade dos mundos inferiores. Em cada plano de atuação ela
adquire uma nova frequência de vibração e uma consciência, sem, contudo, perder
sua unidade. Ele explica que todo o mecanismo vivo é guiado e controlado por
uma unidade de vida ou consciência, seguindo um padrão uniforme e
pré-determinado em seu crescimento e desenvolvimento e modos de expressão, e
que um microcosmo é uma unidade menor da mesma espécie, mas em estado não
desenvolvido. Esta unidade contém, em forma potencial, todos os poderes e
capacidades que podem ser desenvolvidos, assim como uma semente que contem em
si o potencial da futura planta, mas precisa de um ambiente propicio ao seu
desenvolvimento.
O Homem e seus Corpos
No livro “O homem e seus corpos”, Annie Bessant, descreve sete corpos do
ser humano, que são o físico, astral, mental, Causal, Budhico, Átmico e Adi.
CORPO FÍSICO - Começando pelo corpo físico ela diz: “Sob a denominação
de "corpo físico" devem incluir-se os dois princípios inferiores do
homem, que na linguagem teosófica chamamos Sthula-Sharita e Linga Sharita.
Ambos funcionam no plano físico; ambos são compostos de matéria física e
formados para um período de vida física, e ambos são abandonados pelo homem
físico quando morre e desintegram no mundo físico quando o homem segue para o astral.
”
CORPO ASTRAL – “Por ser o corpo astral o veículo da consciência kâmica
do homem, constitui a sede de todas as paixões, de todos os desejos animais; é
o centro dos sentidos, donde, como já dissemos, brotam todas as sensações. Ao
contato dos pensamentos, vibra e muda constantemente de côr; se o homem se
encoleriza, são dardejados raios vermelhos; se se sente apaixonado, as
irradiações tingem-se de uma cor-de-rosa suave. Se os pensamentos do homem são
nobres e elevados, necessitam de matéria astral sutil para lhes corresponder; a
ação destes pensamentos sobre o corpo astral manifesta-se então pela eliminação
das partículas grosseiras e espessas de cada sub-plano e pela aquisição de
elementos mais delicados. ”
O CORPO MENTAL- Quanto ao Corpo Mental Inferior ela diz que este
veículo da consciência humana se compõe dos quatro sub-planos inferiores do
Devachân, aos quais pertence. Constitui o veículo especial da consciência nessa
região do plano mental, mas a par disso também trabalha no corpo astral e
através dele no físico, produzindo tudo o que chamamos manifestações da
inteligência no estado normal de vigília. Quando se trata de um homem pouco
evoluído, este corpo não pode, durante a vida terrestre, funcionar separadamente
como um veículo da consciência no seu próprio plano, e quando este homem exerce
as suas faculdades mentais, é necessário que estas se revistam de matéria
astral e física, para que ele adquira a consciência da sua atividade.
O CORPO CAUSAL, MENTAL ABSTRATO OU SUPERMENTAL – “Damos-lhe este nome em
virtude de nele residirem todas as causas cujos efeitos se manifestam nos
planos inferiores. Este corpo é "o corpo de Manas", o aspecto
"forma" do indivíduo, do verdadeiro homem. Constitui o reservatório,
onde todos os tesouros do homem se acham acumulados para a eternidade e vai-se
sempre desenvolvendo mais e mais, à medida que a natureza inferior lhe
transmite coisas dignas de nele serem incorporadas e onde são assimilados todos
os resultados duráveis da atividade humana. É nele que se acham armazenados os
gérmens de todas as qualidades, a fim de serem transmitidos à próxima
encarnação; portanto, as manifestações inferiores dependem inteiramente do
progresso e do desenvolvimento deste homem "cuja hora nunca soa".
OUTROS CORPOS – “Ainda podemos nos elevar mais um passo; porém esta
região é tão sublime que até mesmo à nossa imaginação se torna quase
inacessível, pois o próprio corpo causal não é tudo quanto há de mais elevado e
o "Ego Espiritual" não é Manas, mas, sim, manas unido a Búddhi, por
ele absorvido, designado às vezes pelo nome de Turiya ou plano de Buda. Neste
plano, o veículo da consciência é o corpo espiritual, o Anandamayakosha, ou
corpo de bem-aventurança, para o qual os iogues podem passar, a fim de gozarem
da eterna bem-aventurança e conceberem a Unidade fundamental que passa a ser um
fato da experiência direta, em vez de se restringir a uma crença intelectual.
O Supermentalismo
No que tange ao Plano Supermental, vale ressaltar que o termo “Supermentalismo”
foi registrado em cartório pelo médico psiquiatra Dr. Gérson de Paula Lima,
fundador em 1926 da Sociedade Supermentalista Tattwa Nirmanakaia, inspirado por
Antônio Olívio Rodrigues, que em 1909 havia fundado a primeira ordem Esotérica
no Brasil, o Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento. O termo é uma
adaptação do “Super Consciente” de Loureço Prado, ou da “Super Consciência” de
Swami Vivekananda. Outro que usa este termo é Ramacharaka, (pseudônimo de
William Walter Atkinson). Possivelmente
Vivekananda tenha sido um dos primeiros a usar este termo,
"superconsciousness", "superconscious", e sem dúvida o
grande propagador desta forma de pensar, que é uma adaptação da linguagem da
Yoga para um contexto ocidental (primeiramente no inglês). Tanto Antônio Olívio
como o Dr. Gerson foram profundamente influenciados pelos pensamentos de Swami
Vivekananda e Eliphas Levi no final do século anterior.
Segundo Lourenço prado, Eliphas Levi foi o primeiro a ousadamente, unir
a ciência aos mistérios da Antiguidade e escavar as profundezas do Santuário
trazendo à luz do dia, as figuras do simbolismo hierático, lançando luz em
pleno fanatismo do século XIX. Eliphas Levi é considerado o grande mestre da
magia, pelo seu trabalho de decodificação e simplificação das ciências secretas
até então descritas em linguagem complexa e de difícil acesso. No livro “Dogma
e Ritual da Alta Magia”, ele afirma: “A Magia é a Ciência tradicional dos
segredos da Natureza que nos vem dos Magos... A ciência e a religião estão em
vésperas de se unirem e de se abraçarem para sempre...Os paradoxos opostos se
refutam uns pelos outros, e, semelhantes às oscilações de um pêndulo, que
tendem sempre, restringindo-se, para o centro de gravidade, os movimentos contrários
são apenas aparentes, e as verdadeiras tendências da Humanidade se acham sempre
na linha reta do progresso.” E no Livro A História da Magia afirma ainda:
“A Harmonia resulta da analogia dos contrários".
A dança dos
Relacionamentos
Por sua vez, do lado acadêmico, Karl Pribram confirmou a importância das
frequências e do ritmo na percepção, propondo que a percepção visual é obtida
através de uma análise de modelos de frequência, e a memória visual é
organizada como um holograma. Pribram acredita que isso explicaria porque
a memória visual não pode ser localizada com precisão dentro do cérebro.
O papel crucial do ritmo não está limitado a auto-organização e à auto
expressão, mas estende-se à percepção sensorial e à comunicação. Quando enxergamos,
nosso cérebro transforma as vibrações de luz em pulsações rítmicas dos seus
neurônios. Transformações semelhantes de modelos rítmicos ocorrem no processo
auditivo, e até a percepção do odor parece estar baseada em “frequências
ósmicas”.
Tal como no processo de percepção, o ritmo desempenha um importante
papel nas várias maneiras como os organismos vivos interagem e se comunicam
entre si. A comunicação humana, por exemplo, tem lugar, em grau significativo,
através da sincronização e da interligação de ritmos individuais.
Recentes analises de filmes mostraram que toda conversação envolve uma
dança sutil, e em sua maior parte invisível, em que a sequência detalhada de
tipos de fala é praticamente sincronizada tanto em movimentos ínfimos do corpo
do locutor como os momentos correspondentes do ouvinte.
A moderna PNL chama isso de Rappor, onde ambos os parceiros estão
perfeitamente sincronizados em movimentos rítmicos, que enquanto permanece, une
ambos em uma sintonia como se fossem uma unidade. Um entrelaçamento semelhante
de ritmos e conexões parece ser responsável pela forte vinculação entre os
bebes e suas mães e, muito provavelmente entre as pessoas apaixonadas. Por
outro lado, a oposição, a antipatia e a desarmonia surgem quando os ritmos de
dois indivíduos são quebrados e não estão mais em sintonia.
A palavra “Rapport” tem origem no termo em francês rapporter que
significa "trazer de volta". O rapport ocorre quando existe uma
sensação de sincronização entre duas ou mais pessoas, porque elas se relacionam
de forma agradável. A nível teórico, o rapport inclui três componentes
comportamentais: atenção mútua, positividade mútua e
coordenação. Importante no estudo e identificação de várias manifestações
comportamentais, o rapport pode ser usado no contexto de relacionamentos
pessoais ou profissionais. Esta técnica é muito útil, porque cria laços de
compreensão entre dois ou mais indivíduos.
Podemos concluir que, de acordo com a visão holográfica, seria possível então estabelecer rapport ou sintonia não apenas com uma pessoa ou um grupo, mas com toda a natureza, uma vez que somos parte de um todo coerente.
Podemos concluir que, de acordo com a visão holográfica, seria possível então estabelecer rapport ou sintonia não apenas com uma pessoa ou um grupo, mas com toda a natureza, uma vez que somos parte de um todo coerente.
A Unidade Pacificadora
Fritjof Capra afirma no seu livro “O Ponto de mutação”: “Em raros
momentos de nossas vidas, podemos sentir que estamos sincronizados com o
universo inteiro. Esses momentos podem ocorrer sob muitas circunstancias como
acertar um golpe perfeito no tênis ou encontrar a descida perfeita em uma pista
de esqui, em meio a uma experiência sexual plenamente satisfatória, na
contemplação de uma obra de arte ou na meditação profunda. Esses momentos de
ritmo perfeito, quanto tudo parece estar exatamente certo e as coisas são
feitas com grande facilidade, são elevadas experiências espirituais em que todo
tipo de separação ou fragmentação é transcendido. ”
O Amor Ágape
A palavra “Ágape” foi um termo muito utilizado pelos escritores
cristãos, e aparece bastante nos textos do Novo Testamento, onde há muitas
definições e exemplos de ágape, o amor filial, o amor entre os cônjuges, e o
amor de Deus para com todos os seres. Nos Mandamentos, o termo aparece no
começo de cada sentença: Amar (ágape) a Deus sobre todas as coisas. No Sermão
da Montanha o termo também é referido desde a primeira sentença.
Mas o autor do livro “O Monge e o Executivo”, James C. Hunter, falando
através do personagem Irmão Simeão (um frei beneditino), explica que esse tipo
de amor não é necessariamente um sentimento, mas sim um comportamento e que
Jesus se referia a ele quando aconselhava aos discípulos a Amar seus inimigos e
tratar as pessoas como gostaria de ser tratado. Ele amou seus discípulos com
este amor ágape e lhes disse: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho amado”
Osho afirma em seu livro “ Compaixão, o florescimento Supremo do amor”
que Gautama Buda criou uma linha divisória entre a meditação e a compaixão,
porque na Índia a meditação era suficiente para a iluminação do ser. Buda
ensinava a compaixão antes mesmo da iluminação, porque segundo ele, se a pessoa
ficar muito extasiada em si mesma, até a compaixão vai parecer um obstáculo
para a sua alegria e vai ser um tipo de perturbação em seu êxtase. Por isso
existem centenas de pessoas iluminadas, mas poucos mestres. Gautama Buda não é
só um ser iluminado, ele é um revolucionário iluminado. A preocupação dele com
o mundo e com as pessoas é imensa. Ele ensinava a seus discípulos que, quando
você medita e sente o silencio, serenidade, uma alegria profunda, não deve guardar
isso só para si; ofereça ao mundo todo. E não fique preocupado, pois quanto
mais você der, mais será capaz de dar.
Paulo define este amor em carta aos coríntios da seguinte forma: “O amor
é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se
ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses,
não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas
regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O
amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas,
cessarão; havendo ciência, passará; porque, em parte, conhecemos e, em parte,
profetizamos. Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte
será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino,
pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de
menino. Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face
a face. Agora, conheço em parte”; então, conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior
destes é o amor. ”
Coríntios I, cap. 13; vers. 1 a 13
O texto nos fala que a vida é pura projeção. O Ente não pode ver a si
mesmo, por isso projeta-se no espelho do mundo, de formas e pessoas. "E
Deus criou os céus e a terra e viu que era bom..." Somos projeções da
mente cósmica, microcosmos vivos, criamos nosso próprio mundo e nos projetamos
nele para nos reconhecermos. E pelos relacionamentos "vemos que é bom, ou
que é ruim", que nos agrada e que nos desagrada. Pelo que compreendi, não
podemos nos enxergar olhando para nós mesmos, a unidade é uma miragem. O Uno
esta projetado no Diverso e para encontra-lo precisamos amar a diversidade.
Buscar o uno na unidade seria uma utopia. Talvez Por isso Buda insistia no
aprendizado da compaixão antes da iluminação. E Jesus ensinou o amor acima da
lei. Mas não um amor teórico, um sentimento apenas, mas sim um comportamento,
uma pratica em favor do mundo, que se aprende na medida que se realiza, e que na
medida que se experimenta a consciência se expande. Não como uma caridade, mas
um ato de sabedoria. Penso que significa que não podemos amar a Deus, sem amar
aos homens.
Acho que era isso que Paulo estava falando aos coríntios.
"Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos
face a face. Agora, conheço em parte”; então, conhecerei como também sou conhecido"
.... "
Fontes :
O Ponto de Mutação – Fritjof Cappra
O Homem, Deus e o Universo – I.K.Taimini
O Homem e Seus Corpos – Annie Bessant
Fundamentos de Teosofia – C.Jinarajadasa
Compaixão – O Florescimento do Supremo Amor – Osho
O Monge e o Executivo”, James C. Hunter
Dogma e Ritual de Alta Magia – Eliphas Levi
http://www2.uol.com.br/vyaestelar/universo_holografico.htm
http://community.livejournal.com/ref_sciam/1190.html
http://www.tattwa.org.br
http://paxprofundis.org/livros/levy/levy.html
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A evolução consciente começa com o processo que conduz o homem ao conhecimento de si mesmo. Estou falando da evolução ativa, fecunda e positiva, não da lenta e passiva, que arrasta os seres humanos para um destino comum.
ResponderExcluirSomente conhecendo nossa organização psicológica e mental poderemos dirigir com acerto nosso processo de evolução. O esforço na intensificação desse conhecimento nos conduzirá ao melhor aproveitamento das energias e ao aguçamento de nossa percepção interna, uma vez que nenhum aspecto ou detalhe da vida interior haverá de passar inadvertido à observação perseverante e consciente. Isto nos ajudará a aperfeiçoar tudo o que seja aperfeiçoável em nós, o que implicará, além de um maior acúmulo de conhecimentos, um avanço real na evolução.
Os processos de criação se pronunciam seguindo uma ordem perfeita, tanto em suas manifestações visíveis como nas invisíveis, de modo que obedecendo ao Plano Supremo preexistente, cumprem-se com maravilhosa exatidão. Desde os tempos remotos até os nossos dias, a Terra, com sua atmosfera e seus mares, cumpriu processos de adaptação à vida animada, como também o homem em sua adaptação às necessidades de uma civilização cada vez mais avançada. Esses processos da criação, estudados do ângulo das projeções humanas e para a própria orientação do indivíduo, oferecem possibilidades no aprendizado ao processo de evolução consciente. A pretensão científica levou o homem a estudar nos outros o que deveria descobrir dento de seu mundo interno. Essa cômoda posição de avaliar os pensamentos dos semelhantes, sem se preocupar em indagar, seriamente, a respeito de quanto ocorre em cada recanto do próprio ser pensante e sensível, interpôs uma espessa cortina de fumaça entre as possibilidades e os anseios humanos de superação. Fica estabelecido que aquilo que até agora se manteve em abstração, aquilo que permaneceu inacessível à aspiração humana, é hoje uma realidade de todo modo alcançável.
Texto adaptado de Carlos Bernardo González Pecotche.