Temos ouvido muitas vezes nos falar sobre o caminho do meio ou o caminho do fio da navalha. Mas o que significa isso na vida prática ? Será que precisamos nos afastar do nossos afazeres e da rotina para encontrar este equilíbrio?
Parece algo como aqueles equilibristas que andam sobre as cordas bambas. Um deslize sequer e eles caem e tem que recomeçar tudo de novo do ponto em que pararam. Mas eles não fazem isso para provar nada para ninguém...
Eles apenas desafiam a si mesmos e estão buscando chegar ao outro lado da corda sem cair.
Percorrer este caminho pode ser uma experiência desafiadora para a vontade humana, digna daqueles que desejam alcançar novos níveis de conhecimento e poder.
Mas o caminho do meio não é o meio do caminho, muito menos um ponto equidistante entre dois extremos.
Observe que os equilibristas iniciantes balançam muito de lado para o outro, compensando bruscamente a grande haste que levam nas mãos de forma meio desengonçada. Parecem mesmo uma gigantesca balança compensando os seus pratos.
Mas a medida que ganham mais consciência e domínio seus movimentos vão ficando mais harmoniosos e quase não mechem mais na grande vara da justiça, como se tivessem se tornado verdadeiros fiéis da grande balança que se tornou seu caminho. Deslisam suavemente pelo caminho compensando os movimentos com graciosa leveza e suavidade. Não estão parados no centro, mas oscilando delicadamente entre extremos que de tão próximos quase se tocam...
Por isso estes sábios mestres falam com suavidade e cuidado evitando palavras que possam gerar emoções e qualquer desequilíbrio. Agem com serenidade e cuidado evitando gerar causas inadequadas para não perder tempo corrigindo erros de rota.
Quando um ser nasce já na estrada do caminho estreito, sua vida já vem moldada para limitar estes extremos e lhe dar poucas alternativas, forçando a exercitar-se para alcançar o equilíbrio.
Pode ser que tenha uma limitação física, alguma doença que o coloque em uma delicada situação de necessidade de autocontrole.
Muitas doenças crônicas como a diabetes, hipertensão , obesidade e outros são desequilíbrios de glândulas que demonstram que a mecânica do sistema perdeu a capacidade de manter o equilíbrio por si mesma e somente uma vontade consciente e atenta do próprio individuo poderia equilibrar o sistema. Para isso ele precisaria dedicar a vida a cuidar de si mesmo , percebendo e atendendo cada sinal do seu organismo , corrigindo delicadamente os desvios semelhante ao equlibristas da corda.
Outras vezes a situação acontece no ambiente familiar ou profissional, em que uma pessoa e levada a conviver com uma ou mais pessoas que desafiam sua capacidade de suportar determinadas atitudes e comportamento levando-o a desistir do relacionamento, trocar de emprego ou simplesmente lutar agressivamente contra aquele que está ali para desafiar e lhe fortalecer.
Se pudéssemos avisar a estas pessoas quando nascem que as dificuldades que elas vão enfrentar fazem parte do seu aprendizado e que jamais deveria lutar contra estes pretendo inimigos, muito pelo contrário. A outra face aqui tem o mesmo sentido da vara do equilibrista.
Para os novatos que estão colocando os pés no caminho pela primeira vez as coisas são um pouco mais fácil. Muitas teorias serão aprendidas , muitas ideias perfeitas serão alimentadas fazendo-nos sentir e pensar que seja mais fácil do que realmente é.
É um período de preparação e encorajamento onde ele pode autodesafiar-se e se exercitar como os jovens na academia. Até por fim chegar a hora do batismo e a memória ser apagada para que ele tenha a oportunidade de forjar pela prática do caminho estreito a vontade de sua alma vencendo os desafios tendo como testemunha apenas a sua própria luz interna...
Bom textp. Seria interessante enviar referências bibliográficas e sugestões de leituras complementares em todos os textos. Logo, os textos irão adquirir um cunho mais sólido. Obrigada uma vez mais.
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