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Curso de Ocultismo - Dois mundos em um só


Depois da primeira aula sobre as estrelas fantasmas, desçamos dos céus e coloquemos os pés na Terra. É verdade que não nos afastaremos dos aparentes fantasmas, porém, aqui embaixo os fantasmas são outros, bem diferentes.


A descoberta das antipartículas é um dos progressos mais revolucionários da física nuclear. Pelo menos, é isto que afirma o nosso autor Andrew Tomas, em seu livro Barreira do Tempo, Capítulo 7, que continuaremos utilizando em nossas aulas.

 

 Além do átomo conter um próton positivo e um elétron carregado negativamente, a ciência conhece agora o antipróton e o posítron.

 

A exploração da micro-onda revelou a presença da antimatéria no universo. Os cientistas já falam de antiestrelas e antigaláxias. Dizem que o antimundo se comporta exatamente como se fosse um reflexo do nosso.

 

Em qualquer parte, no espaço, pode existir um antiplaneta com os seus antipolos cobertos de gelo. Este planeta pode ser habitado por um antipovo – nossos antípodas cósmicos, em situações diametralmente opostas.

 

Felizmente, nós nunca os encontramos, pois se uma nave espacial da Terra tentasse descer sobre um antiplaneta, daria como resultado uma terrível explosão, sendo aniquiladas reciprocamente a matéria e a antimatéria.

 

Considerando que o antimundo e o nosso mundo não podem entrar em contato, estamos perante um conceito surpreendente de dois mundos vivendo lado a lado.

 

E na física, o posítron é descrito como um elétron que se move em sentido contrário ao Tempo. A direção do Tempo no antimundo vai do futuro para o passado. O homem, porém, é feito de partículas e não de antipartículas, e as partículas movem-se em direção ao futuro.


Os supostos habitantes de uma antigaláxia considerariam o Tempo como avançando ao passo que o nosso iria recuando.

 

Segundo o físico inglês Russel Stannard, os habitantes hipotéticos desse mundo não notariam nada especial em seu meio ambiente. No antimundo, uma pessoa idosa ficaria cada vez mais jovem sem perceber o seu rejuvenescimento.

 

O antipovo ficaria convencido que são eles que envelhecem, enquanto nós vamos continuar acreditando que somos nós que envelhecemos. Um mundo caminhando do futuro para o passado é uma imagem difícil de aceitar.

 

Diante dessa confusão perturbadora, como podemos determinar o que seja passado e futuro?

 

A direção do Tempo é relativa, tão relativa quanto o conceito de alto e baixo. Não teria significado algum dizer-se que o universo caminha ao contrário e que ele inverte repentinamente a direção do Tempo. No Universo não existe nem alto e nem baixo, nem parte da frente e de trás.

 

Será possível retornar no Tempo? Este problema foi estudado por Platão. Há vinte e quatro séculos, em seu livro A República, Platão descreve um universo oscilante, caminhando ao contrário do Tempo, quando ao final de cada ciclo, o Tempo para e todas as coisas se movem no sentido inverso.

 

Dessa forma, as pessoas mais idosas tornam a ficar jovens, até que se encontram chorando em seu berço, para, a seguir, desaparecerem no seio materno, em lugar de acabar no túmulo.


Essa fantástica teoria de Platão encontra atualmente um respaldo no campo da física nuclear. Os "tachyons", ou partículas atômicas, viajando mais depressa que a luz, movem-se em sentido contrário do Tempo.

 

Lembro-me de ler nas histórias do Super-Homem que, para voltar no Tempo, ele voava em alta velocidade, na velocidade da luz, em sentido inverso à rotação da Terra. Ficção ou premonição?


Se existe uma curvatura do Tempo, podemos utilizar ideias de ficção científica, como, por exemplo, admitir a existência de um "hiper-tempo" e a possibilidade de acessar o passado e prever o futuro, contornando o Tempo.

 

Um universo paralelo poderia ter o seu Tempo próprio que não deveria necessariamente corresponder ao nosso. Seu alcance temporal poderia ser mais amplo e uma entrada a esse nível poderia alargar as fronteiras do Tempo.

 

Mistério ou loucura, realidade ou imaginação? Quem sabe? Ninguém sabe.

 

Depois dessa aula, não percam o sono, pois, em tempos quânticos, o místico pode tornar-se realidade, e é melhor irmos acostumando-nos com esses mistérios.


Gilberto Gonçalves









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