O mundo chegou a um ponto além da força e além da mente. Mas haverá mesmo tal ponto? Existirá tal condição, em que o poderio e o pensamento humano não sejam o poder, e em que sejam garantidas a SEGURANÇA e a PAZ?
Em momentos de vazio e frustração, quando estamos sem confiança, nos vem à pergunta, como a voz de DEUS que se exprime? Não como vento uivante e nem como o aterrador ronco de um vulcão, mas como uma voz tão silenciosa, que só pode ser ouvida no silêncio, e ali troveja.
Quando ouvimos essa Voz, não precisamos nos preocupar em nos proteger de bombas, ou com depressão ou recessão. Só uma coisa nos preocupa: a capacidade de ficar quieto e de deixar que DEUS se exprima e se manifeste como a pequena Voz silenciosa dentro de nós.
As condições atuais do mundo fazem nossos problemas pessoais parecerem ínfimos e, quer pensemos em termos individuais, nacionais ou mundiais, basicamente só existe um problema: o poder material e mental em oposição ao “Meu Espírito”. Há, pois um só inimigo – a crença universal de que a força mental e material possa controlar este mundo.
Os inimigos com que nos defrontamos hoje, não são epidemias ameaçadoras, condições climáticas devastadoras, desastre econômico iminente ou guerra de destruição: todos são aspectos e partes da crença no poder material e mental. Haverá, pois o poder material e mental, ou será a pequena Voz silenciosa o único poder?
A resposta é que não há poder algum no mundo visível, e qualquer coisa que exista em nossa mente como algo objetivo, não é poder. Não temamos, pois as imagens que estão em nossa mente, sejam de pessoas, de doença ou mesmo de bombas.
A pequena Voz silenciosa dentro de nós é muito mais poderosa que tudo isso; e se conseguirmos ficar em silêncio o bastante para que a Voz possa se fazer ouvir – mesmo que só como uma respiração profunda ou um sentido de calor e de paz – o coração será preenchido pela Voz de DEUS, e a crença em dois poderes será silenciada.
Quando nos esforçamos e lutamos contra um inimigo externo, material ou interno, mental, não temos nenhuma vitória. As vitórias verdadeiras são obtidas quando não usamos a força e não lutamos contra o que se nos opõe, mas descansamos no conhecimento que toda oposição se autodestrói. “A batalha não é sua... cale-se e veja a salvação do Senhor”.
Este calar-se e não abster-se somente de atitude físicas e mentais, mas também espirituais – é um completo abandono num oceano de Paz. Eu não sei como isso se processa, e nem vocês poderão sabê-lo, mas nós podemos e queremos testemunhar a fruição desse Silêncio e quietude, pois é no silêncio que acontece o milagre.
O inimigo destrói a si mesmo e desaparece de nossa vida, evapora, dissolve, quer se trate de uma febre, de uma pessoa ou de uma nação. Não precisamos nos esforçar e lutar contra: apenas precisamos ficar quietos. Estamos em consonância com o poder que não é poder; alcançamos a vitória sem usar a força.
Nem mesmo usamos a força espiritual, embora nosso silêncio permita que a força espiritual se sirva de nós. Nos abstemos do poder, dentro do Silêncio que troveja “Eu sou Deus, assim fique quieto para que Eu possa estar com você até o fim do mundo. Repouse, abandone-se, fique em silêncio”. Quando em repouso, quando nos tornamos silenciosos e permitimos que o Espírito nos invada a mente e o corpo, algo maior que nós mesmos emana de nós e prepara nossos caminhos.
A inimizade e a oposição se dissolvem e, dentro de nós mesmos, nos maravilhamos com o “trabalho poderoso”. No silêncio completo, sem tentativas de usar DEUS, a Verdade ou o Poder contra ou a favor de quem quer que seja, ocorre Algo dentro de nós que dissolve os problemas da vida e a transforma em um caminho de regozijo e plenitude.
A única arma efetiva e potente contra os poderes que poderiam destruir o mundo, quer física, quer mentalmente, é o Silêncio que vem da certeza de que Algo criou este Universo e é responsável pela sua manutenção eterna; é o saber abandonar-se no Silêncio e deixar que o Algo exerça suas funções. Nesse Silêncio encontramos a totalidade. Nessa quietude e confiança encontramos nosso apoio e nossa PAZ. É o nosso sábado, o Universo completo e perfeito do primeiro capítulo do Gênesis, no qual descansamos de toda a labuta, vivemos de acordo com o Sermão da Montanha.
Tornamo-nos então como o “homem sábio que construiu sua casa sobre a pedra; veio à chuva, a enchente, o vento soprou de rijo contra ela, e ela não caiu, pois foi fundada sobre a pedra”. Quando nos deparamos com problemas de qualquer natureza – conflitos, inimizades, ódio, perseguição ou injustiça, não mais tentamos removê-los, tanto física como mentalmente, mas repousamos na Sua palavra. Desligamo-nos de qualquer poder, e DEUS faz o milagre.
O retumbar de trovão do profundo silêncio da Minha Paz, ecoa e cresce até eventualmente rebentar qualquer barreira. O poderoso fragor do Silêncio cresce em volume até que seu trovejar afaste os véus da ilusão, e DEUS seja revelado em toda sua majestade, sua glória e paz.
(Texto adaptado do livro “O Trovejar do Silêncio”, de Joel S. Goldsmith.)
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