Descrevo abaixo minhas reflexões sobre a construção espiritual, mas peço que não a vejam como uma verdade mas apenas o compartilhamento de minha visão.
Me veio a mente que ao estudarmos os conhecimentos espirituais estamos desenvolvendo uma estrutura que nos ajuda a construir uma visão do intangível.
Penso que o processo é semelhante a construção de uma casa de madeira. Primeiro são colocados os grandes Caibros que darão sustentação e em seguida os caibros menores e as ripas que vão sendo interligados aos poucos formando uma grande armação.
Por fim, sobre esta estrutura será feito o acabamento que dará forma a casa e permitirá existir vida trabalho e relacionamento.
Cada informação que recebemos e assimilamos são como pequenas estruturas, que vamos unindo aos poucos. Sozinhas parecem de pequeno valor, e nossa construção parece meio sem sentido, mas uma vez que são unidas e conectadas, passam a dar forma e sentido.
Eu moro a uma distancia de 10k da casa do meu filho e a rodovia principal as vezes fica muito engarrafada. Mas existe um caminho por dentro que é mais rápido e ele me guiou duas vezes mas eu não sabia fazer sozinho porque me deixava guiar. Até que decidi aprender o caminho e ir sozinho, mas antes comecei a marcar alguns pontos de referência como dobrar a esquerda na esquina da igreja evangélica, depois dobrar a esquerda na casa laranja, e seguir 1 k depois da lanchonete motocross...etc...
Me lembrei então que nossos neurônios são células com várias extremidades e ligamos uns aos outros através do desenvolvimento das relações que fazemos para alcançar uma ideia. E essas ligações formam caminhos para chegar a informação toda vez que precisamos dela. Mas as conexões entre cada neurônio formam uma espécie de marcação para a próxima conexão e quanto maior a energia com que ela é impregnada melhor fica a referencia.
Percebam que existe uma relação entre as referências que usamos para chegar a um caminho e os pontos de conexão neurológicos que formam as conexões cerebrais.
Esse parece ser o mecanismo pelo qual construímos as nossas relações internas e externas.
Mas quando estamos estudando temas como a espiritualidade lidamos com algo intangível que não podemos ver e medir e precisamos usar a analogia entre o físico emocional e o espiritual para criar as conexões em nossa mente.
Os aprendizes são guiados por uma visão espiritual, que precisa encontrar uma correspondência material para que possa trazer compreensão.
Assim, ao fazer determinadas ligações físicas que tenham correspondência com o conhecimento, adicionamos uma ligação tridimensional aquela experiência que vai além da ligação neurológica.
A medida em que realizamos as experiências e temos consciência dos eventos que estamos vivenciando podemos fazer esta ligação que une o intangível ao tangível e traz compreensão.
É como se houvesse um molde intangível por traz dos conhecimentos, mas que ao se expressar ganham vida e compreensão.
Isso nos lembra a frase do Mestre Jesus. "O que ligares na terra será ligado nos céus."
Então percebemos que apenas com as teorias, mas sem experiências a casa fica somente na armação e não se pode morar nela.
Mas por outro, sem a consciência para ligar o evento ao aprendizado ou a teoria com a prática, não se poderia produzir a matéria energética que constrói a compreensão espiritual. Ou seja, não damos forma a ideia e não podemos utiliza-la na vida pratica.
É por isso que o conhecimento sem a própria experiência e reflexão podo tornar-se um grande acumulado de ideias que não se conectam e e não fazem sentido para a vida pratica.
Talvez por isso frequentemente vemos um ensinamento espiritual traduzido pelos seus metres como caminhos que se assemelham a vida pratica, traduzidos em um linguagem que nos permite aos poucos subir a escada do tangível para o intangível e de lá retornar com um conhecimento novo que possa ser aplicada na vida, ou como disse Reich, somos abelhas do invisível loucamente levando o mel do invisível para o visível.
Espero que estas reflexões possam ser útil a todos os leitores estimular suas próprias reflexões.
Joao Sérgio P. Silva
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