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O PODER DO PENSAMENTO - Cinira Riedel Figueiredo

 O PODER DO PENSAMENTO


Não há quem desconheça atualmente o poder do pensamento. Que ele é uma força construtora ou destruidora, é fato conhecido por todos, porém como aplicá-lo bem, como saber aproveitar suas energias criadoras em benefício do mundo, é o que se faz indispensável para a felicidade individual e coletiva.

Até algum tempo atrás, acreditava-se que o pensamento era produto de uma ação exterior, isto é, que a mente era apenas receptáculo dos pensamentos alheios ou produto da cultura do indivíduo. Já se sabe, no entanto, que ela não é somente este receptáculo, nem apenas a criadora de pensamentos conseqüentes da ilustração obtida desde a infância. O pensamento é produzido pela alma, que está acima da mente e da qual ele não passa de um instrumento.

Temos um corpo físico para sede de nossas ações, um corpo astral para sede das emoções e um mental para sede dos pensamentos. Este último tem sua função toda especial. Compete-lhe servir de transmissor das idéias nele focalizadas pelo Ego ou Espírito, bem como transmiti-las através do cérebro para o mundo físico. Para que isto aconteça, deve ser preparado e educado convenientemente, transformando-se num espelho refletor que transmita fielmente a projeção do seu senhor, o Espírito. Se estiver contaminado por pensamentos vindos de outrem ou repleto de criações próprias, como produtos da educação e do ambiente, não poderá perceber nem registrar os pensamentos vindos do Espírito imortal. Será como o lago agitado ou turvo que não pode transmitir a imagem de quem dele se aproxima.

O corpo mental de cada indivíduo não é nada mais do que uma massa de matéria mental absorvida do mundo mental, de qualidade melhor ou pior, de vibrações mais ou menos harmoniosas, conforme o seu karma anterior. Ele recebe de volta aquilo mesmo que endereçou ao mundo mental quando, ao abandonar este veículo, transferiu sua residência para a região do espírito, a sua Verdadeira Pátria.

Se o seu corpo mental está formado de matéria mental de vibrações delicadas e já com poderes de vontade e faculdades intelectivas, suas criações serão harmoniosas e inteligentes. Se, porém, o seu karma foi mau, consequente de maus pensamentos criados no passado ou mau aproveitamento de suas faculdades, naturalmente as dificuldades serão enormes, e dependerá de grande esforço o triunfo do Espírito sobre o indivíduo. Mas como o Espírito é o senhor, ele pode ser atraído pela boa vontade da consciência mental e modificar suas vibrações, corrigindo os seus defeitos e transformando a mente de confusa e mal educada em sadia e proveitosa.

Cada indivíduo possui o livre arbítrio, e se procurar pela fé e confiança em si mesmo desenvolver os poderes de sua mente, aproximar-se-á do Ego e conseguirá progressos enormes numa encarnação.

O homem vive em três mundos ao mesmo tempo: o físico, o emocional e o mental. Mas como a matéria mental é a mais sutil, ela pode interpenetrar ao astral e a física, e por isso da mente depende sempre o maior ou menor progresso individual. Daí a máxima: "Cada homem tem o destino que merece." É porque, sendo a mente criadora, ela pode produzir pensamentos bons e maus, desejáveis ou indesejáveis, pelo seu livre arbítrio, e desta forma melhorar ou piorar suas condições espirituais, como auxiliar ou prejudicar a humanidade.

Enquanto o homem vive em função da personalidade mortal, a mente é a rainha, construtora e destruidora, capaz de dar ao indivíduo tantas oportunidades ótimas de realizar bom karma, como poderes que o conduzam por caminhos tortuosos e lhes crie as maiores dificuldades para o futuro. É ela que abre a estrada florida e cheia de perfume, como fecha as portas do templo sagrado onde o Espírito anseia penetrar.

Se estudarmos a constituição da mente, veremos nela todos os poderes tanto para libertar o homem como para escravizá-lo. É a mensageira do ideal, a portadora dos poderes emanados do Espírito, a transmissora das mensagens dos Grandes Instrutores, a receptora da beleza existente nos mundos espirituais, a focalizadora dos anseios do Ego de purificar sua personalidade e elevá-la de tal forma, que ela se torne tão perfeita quanto êle.

Assim como o corpo físico necessita de uma preparação especial para manifestar a sua força e os seus poderes, assim também precisa a mente preparar-se para transmitir ao mundo a grandiosa mensagem do Espírito. Não há possibilidade de um Grande Espírito se manifestar em toda a sua plenitude, se não possuir mente educada a Seu serviço.

A vida da mente é como se fôra uma casa contendo móveis e objetos simples, porém bem dispostos, limpos e iluminados, onde o seu morador se sentisse bem e dali pudesse transmitir uma mensagem de amor e de beleza. A simplicidade mental, liberta de conhecimentos acadêmicos, ao invés de prejudicar a manifestação do puro espírito, auxilia-a. O conhecimento académico, na maioria das vezes, impede a manifestação do puro espírito, porque congestiona a mente e nela não cabe aquela sabedoria do Ego, que deve trazer consigo a força do coração.

Os conhecimentos são úteis quando não turvam o corpo mental do indivíduo com preconceitos personalistas, dogmas e idéias passadistas, coisas que impedem o avanço do ideal coletivo, que constitui sempre o sonho e anseio de uma nova civilização. Quando, porém,eles cristalizam a mente individual, enchendo-a de vaidade pessoal, melhor seria que se fosse ignorante do que possuidor da falsa sabedoria. Esta falsa sabedoria presentemente está limitando e entravando a entrada gloriosa do novo ciclo, o aparecimento livre e independente, que possibilitará ao homem descobrir-se a si mesmo e sentir que ele é realmente "O Caminho, a Verdade e a Vida".

Só um novo sistema educacional perfeitamente adaptado à época e uma nova organização social onde os verdadeiros valores possam ser descobertos e aproveitados, farão aparecer na terra individualidades com mentes abertas e arejadas, conhecedoras do seu real valor, pesquisadoras da verdade e seguidoras do reto pensar. Tais individualidades constituirão uma mentalidade coletiva, capaz de organizar uma sociedade nos moldes que já estão traçados no grande plano estabelecido pelo arquétipo divino.

Enquanto o educador não se tornar consciente de que ele não mais deve ser aquele que unicamente ensina, mas procura antes despertar na criança tudo o que ela já sabe, colorindo apenas com a sua experiência e conhecimentos o desabrochar de sua inteligência, adaptando-a ao momento atual, a mente da infância e da juventude fenecerá por excesso de conhecimentos e memorizações extremamente cansativas.

Assim como um lago à sombra de frondosa árvore, por mais bela e perfumosa, não pode receber a luz direta do sol, também a mente sombreada por conhecimentos, embora belos e úteis, se não fôr convenientemente educada pelo desabrochar espontâneo e natural de uma educação que a liberte de preconceitos e tradições, não poderá receber a luz meridiana da sabedoria divina que está sempre presente nos recônditos da alma e buscando manifestar-se.

Nem as escolas nem as religiões ensinam o homem a despertar a consciência individual através da mente, e por este motivo ele desconhece o que seja o real motivo da responsabilidade. Fala-se demais de responsabilidades, e a humanidade supõe errôneamente que responsabilidade é cumprir deveres comezinhos, ignorando totalmente sua verdadeira responsabilidade como ser pensante que é, frente à sua própria alma e à sua contribuição para a evolução da coletividade. Se as religiões ou as escolas dissessem à criança que dela depende o bem-estar social, se deixassem a sua mente mais livre de formas para que a Vida pudesse se manifestar, a situação atual da humanidade estaria bem modificada, sem tantas guerras nem tantas dores, pois o homem estaria mais desperto e consciente do seu verdadeiro papel de colaborador e servidor de Deus no Seu grandioso Plano.

Caminhamos forçadamente para um mundo melhor, mas o espiritualista consciente e responsável conhecedor das leis terrenas, poderá ser o vanguardeiro deste progresso e o pioneiro de uma nova era de paz e harmonia entre povos e nações.

Sendo a mente, pela errônea educação recebida, nada mais que um joguete de forças exteriores ou um acúmulo de idéias preconcebidas, ela deixou ou abandonou a sua função real de criadora, para ser uma simples imitadora ou copiadora dos acontecimentos presentes ou passados. Com isto perdeu a sua capacidade criadora, que pode ser desenvolvida por certos métodos educativos, mais preocupados em ativar os poderes da mente do que em abarrotá-los de teorias.

Quando o homem possuir o verdadeiro poder mental, este não só o tornará feliz, tirando-o das maiores dificuldades realmente existentes, como não lhe criará dificuldades falsas ou dores artificiais que na maioria das vezes o levam ao desânimo e ao desespero. A mente é poderosa e criadora, e se for bem treinada e educada, trará enormes proveitos temporais, além de cumprir sua missão de representante máxima do Espírito na longa trajetória da vida.

Fonte : Livro  As leis Ocultas Para uma Vida Melhor,
Cinira Riedel Figueiredo


Capítulo XIX- O PODER do Pensamento
Edição, ano 1955
Leitura na reunião do dia 29/05/2023
Disponível na biblioteca do Tattwa Nirmanakaia 

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