A vontade. O que é
Esboço da constituição do homem para mostrar a localização da vontade.A vontade pode ser desenvolvida ou não?
Vontade é a maior força que se acha a serviço do homem.
Ela constitui um dos ramos da atividade. É ela que faz os milagres e opera os prodígios.
A vida humana, com suas numerosas dificuldades, não tem outro fim senão a educação da vontade do homem. Quanto maior é a vontade, mais livre é o homem.
A vontade é, certamente, a faculdade humana cujo estudo é mais delicado e, como é a faculdade ativa e realizadora por excelência, é, ao mesmo tempo, aquela cujo estudo é mais importante, para o perfeito desenvolvimento do ser humano.
É justamente a expressão do nosso livre-arbítrio, desta voz da nossa mais alta consciência, que, infelizmente, nos chega, às vezes, tão disfarçada que é quase impossível de se conhecer.
Outrora, quando mestre Buridan propunha ao seu auditório admirado o célebre problema do estado d'alma de um burro igualmente solicitado pela fome e pela sede e tendo diante de si com que satisfazer-se, estabelecia, ao mesmo tempo, o problema da vontade diante da fatalidade.
Com efeito, a indecisão é a submissão à fatalidade. Ao passo que a vontade é a manifestação do nosso livre-arbítrio, é a faculdade que temos de escolher entre diversas coisas.
Referindo-nos ao quarto axioma hermético - tudo é duplo;tudo tem dois pólos - compreendemos que a vontade é o pólo positivo da nossa Personalidade, a qual é apenas o reflexo do conjunto de vontades sucessivas do nosso espírito no curso de sua evolução.
A vontade é uma faculdade complexa que exige não só os movimentos de órgãos que lhe são próprios, mas também os de órgãos que pertencem a outras formas da atividade.
Um ato volitivo não é um ato psíquico independente do organismo, mas, como todos os fatos psicológicos, constitui um complexo de fenômenos psíquicos e de fenômenos físicos; pois é inegável que há uma dependência íntima, uma concordância perfeita, entre o organismo psíquico e o organismo físico.
A vontade, como faculdade complexa que é, pode ser decomposta em quatro elementos consolidários: a posse de si mesmo, a deliberação, a determinação e a ação.
Estes quatro elementos que constituem a vontade estão indissoluvelmente ligados entre si.
A deliberação deriva da posse de si mesmo, a determinação é uma seqüência lógica da deliberação, e a ação é a conclusão da determinação.
Efetivamente, se a alma não for livre, não possui a si mesma; não tendo a posse de si mesma, não pode deliberar; a deliberação sendo falsa ou incompleta, não pode haver sã determinação, e, enfim, conforme a determinação for forte ou indecisa, a ação será enérgica ou fraca.
Tudo se apóia, pois, no primeiro termo, cuja falta vicia o resto.
Donde se conclui que a vontade não pode existir se a pessoa não for absolutamente senhora de si.
Por outro lado, como tudo está unido, a vontade pode, por sua vez, agir sobre o domínio próprio, fortificá-lo e aumentá-lo em grandes proporções.
Este domínio próprio, assim desenvolvido, contribuirá, por sua vez, para aumentar a força de vontade.
Podemos tirar daí esta conclusão: que ambos, sendo paralela e simultaneamente desenvolvidos, a vontade adquirirá uma dinamização proporcional aos esforços realizados num e noutro sentido, o que equivale dizer que a vontade pode ser fortalecida, desenvolvida e dinamizada.
Para alcançar este fim, existem numerosos processos, entre os quais alguns serão estudados na próxima lição.
Analisamos os quatro fatores cujo conjunto constitui vontade;vejamos, agora, os elementos do seu modo de ação.
Estes elementos são três: o
conhecimento do fim a alcançar, o sentimento da capacidade para o conseguir, e a certeza de que a ação dos órgãos seguirá imediatamente ao desejo do pensamento.
O conhecimento do fim a alcançar é necessário para sabermos os obstáculos e impedimentos que existem e nos desembaraçarmos de tudo o que nos tende a demonstrar a impossibilidade de realizarmos o ato.
É, pois, necessário que um conhecimento perfeito do fim a atingir nos ponha ao abrigo de qualquer determinação orgânica ou instintiva que venha contrariar o objetivo que temos em mira.
O sentimento da capacidade de atingir o fim é incompatível com o mero desejo.
Com efeito, o desejo é apenas uma vaga aspiração para o objeto, ao passo que a vontade exige um propósito firme certo de triunfar.
O homem que diz: "Quero alcançar este ou aquele fim mas não sei se o conseguirei", emite dois propósitos contraditórios e inconciliáveis.
Desde que não tem certeza de triunfar, falta-lhe a vontade, porque a qualidade própria da vontade é afastar e destruir todos os obstáculos.
Pelo contrário, o homem que tem vontade, dirá: "Quero conseguir este fim; para outro seria impossível, mas para mim não o é, porque quero!"
Por que pode ele expressar-se com tal firmeza? Somente porque sentiu em si o poder de realizar sua vontade.
E, como adquirir este poder de realizar a vontade? Pelo estudo, raciocínio e educação da vontade.
Fonte : Curso de ciências herméticas
I Educação Pessoal
Lição IV -Páginas 69 a 71
Biblioteca Tattwa Nirmanakaia
Esboço da constituição do homem para mostrar a localização da vontade.A vontade pode ser desenvolvida ou não?
Vontade é a maior força que se acha a serviço do homem.
Ela constitui um dos ramos da atividade. É ela que faz os milagres e opera os prodígios.
A vida humana, com suas numerosas dificuldades, não tem outro fim senão a educação da vontade do homem. Quanto maior é a vontade, mais livre é o homem.
A vontade é, certamente, a faculdade humana cujo estudo é mais delicado e, como é a faculdade ativa e realizadora por excelência, é, ao mesmo tempo, aquela cujo estudo é mais importante, para o perfeito desenvolvimento do ser humano.
É justamente a expressão do nosso livre-arbítrio, desta voz da nossa mais alta consciência, que, infelizmente, nos chega, às vezes, tão disfarçada que é quase impossível de se conhecer.
Outrora, quando mestre Buridan propunha ao seu auditório admirado o célebre problema do estado d'alma de um burro igualmente solicitado pela fome e pela sede e tendo diante de si com que satisfazer-se, estabelecia, ao mesmo tempo, o problema da vontade diante da fatalidade.
Com efeito, a indecisão é a submissão à fatalidade. Ao passo que a vontade é a manifestação do nosso livre-arbítrio, é a faculdade que temos de escolher entre diversas coisas.
Referindo-nos ao quarto axioma hermético - tudo é duplo;tudo tem dois pólos - compreendemos que a vontade é o pólo positivo da nossa Personalidade, a qual é apenas o reflexo do conjunto de vontades sucessivas do nosso espírito no curso de sua evolução.
A vontade é uma faculdade complexa que exige não só os movimentos de órgãos que lhe são próprios, mas também os de órgãos que pertencem a outras formas da atividade.
Um ato volitivo não é um ato psíquico independente do organismo, mas, como todos os fatos psicológicos, constitui um complexo de fenômenos psíquicos e de fenômenos físicos; pois é inegável que há uma dependência íntima, uma concordância perfeita, entre o organismo psíquico e o organismo físico.
A vontade, como faculdade complexa que é, pode ser decomposta em quatro elementos consolidários: a posse de si mesmo, a deliberação, a determinação e a ação.
Estes quatro elementos que constituem a vontade estão indissoluvelmente ligados entre si.
A deliberação deriva da posse de si mesmo, a determinação é uma seqüência lógica da deliberação, e a ação é a conclusão da determinação.
Efetivamente, se a alma não for livre, não possui a si mesma; não tendo a posse de si mesma, não pode deliberar; a deliberação sendo falsa ou incompleta, não pode haver sã determinação, e, enfim, conforme a determinação for forte ou indecisa, a ação será enérgica ou fraca.
Tudo se apóia, pois, no primeiro termo, cuja falta vicia o resto.
Donde se conclui que a vontade não pode existir se a pessoa não for absolutamente senhora de si.
Por outro lado, como tudo está unido, a vontade pode, por sua vez, agir sobre o domínio próprio, fortificá-lo e aumentá-lo em grandes proporções.
Este domínio próprio, assim desenvolvido, contribuirá, por sua vez, para aumentar a força de vontade.
Podemos tirar daí esta conclusão: que ambos, sendo paralela e simultaneamente desenvolvidos, a vontade adquirirá uma dinamização proporcional aos esforços realizados num e noutro sentido, o que equivale dizer que a vontade pode ser fortalecida, desenvolvida e dinamizada.
Para alcançar este fim, existem numerosos processos, entre os quais alguns serão estudados na próxima lição.
Analisamos os quatro fatores cujo conjunto constitui vontade;vejamos, agora, os elementos do seu modo de ação.
Estes elementos são três: o
conhecimento do fim a alcançar, o sentimento da capacidade para o conseguir, e a certeza de que a ação dos órgãos seguirá imediatamente ao desejo do pensamento.
O conhecimento do fim a alcançar é necessário para sabermos os obstáculos e impedimentos que existem e nos desembaraçarmos de tudo o que nos tende a demonstrar a impossibilidade de realizarmos o ato.
É, pois, necessário que um conhecimento perfeito do fim a atingir nos ponha ao abrigo de qualquer determinação orgânica ou instintiva que venha contrariar o objetivo que temos em mira.
O sentimento da capacidade de atingir o fim é incompatível com o mero desejo.
Com efeito, o desejo é apenas uma vaga aspiração para o objeto, ao passo que a vontade exige um propósito firme certo de triunfar.
O homem que diz: "Quero alcançar este ou aquele fim mas não sei se o conseguirei", emite dois propósitos contraditórios e inconciliáveis.
Desde que não tem certeza de triunfar, falta-lhe a vontade, porque a qualidade própria da vontade é afastar e destruir todos os obstáculos.
Pelo contrário, o homem que tem vontade, dirá: "Quero conseguir este fim; para outro seria impossível, mas para mim não o é, porque quero!"
Por que pode ele expressar-se com tal firmeza? Somente porque sentiu em si o poder de realizar sua vontade.
E, como adquirir este poder de realizar a vontade? Pelo estudo, raciocínio e educação da vontade.
Fonte : Curso de ciências herméticas
I Educação Pessoal
Lição IV -Páginas 69 a 71
Biblioteca Tattwa Nirmanakaia
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