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CURSO DE OCULTISMO – SOMBRA E PERSONA


O Ocultismo é mistério, o Ocultismo é conhecimento, o Ocultismo é psicologia.

Diante dessas afirmativas, entremos na esfera da psicologia, e tratemos de estudar a mente e os efeitos dos desvios mentais que muitos enfrentam sem perceber.

A sombra é um termo junguiano para os aspectos da psique reprimidos pelo ego. Ao crescer, escondemos dos outros muitos aspectos de nós mesmos para sermos amados e aceitos. A sombra oculta permanece imatura, mas tem um desejo nato de reconhecimentos e de aprovação consciente.

Outro aspecto da sombra pode estar relacionado com vidas passadas, nas quais representamos algumas das nossas características socialmente negativas ou inaceitáveis. Infelizmente, a sombra, como a pessoa repugnante dos filmes de terror que foi trancafiada num sótão por toda a vida, com frequência nos amedronta, e assim preferimos mantê-la trancada ou esquecê-la.

Por ser inconsciente, a sombra é mais comumente tida como uma projeção sobre outra pessoa, em geral do mesmo sexo. As características contra as quais reagimos numa pessoa que não nos agrada são bons reflexos da parte desprezada de nós mesmos.

Uma segunda saída para a sombra está nos sonhos em que somos perseguidos ou atacados por animais, ou por um integrante hostil ou repulsivo do mesmo sexo.

Uma terceira manifestação é reagir emocionalmente num grau inapropriado a uma dada situação.

Quem nos revela todos esses ensinamentos é Charles Breaux, em sua obra literária Jornada Rumo à Consciência, que trata, entre outros temas, da Psicologia Junguiana.

Diz-nos mais ainda o autor que é inútil qualquer tentativa de encobrir a sombra com comportamentos do ego socialmente aceitáveis. Para fazer as pazes com a sombra, é necessário parar de julgá-la e de reprimi-la. O ego, assim, terá necessidade de aceitar todos os ressentimentos, carências, agressões, inseguranças, vontade de poder e desejos infantis contidos na sombra. Se não o fizer, grande quantidade de energia psíquica permanecerá presa em subpersonalidades conflitantes que dão corpo a esses conteúdos reprimidos.

Quanto mais eles forem abafados, tanto mais as subpersonalidades terão liberdade para devastar a vida do self consciente. Em casos extremos, a negação persistente do lado negativo da sombra resulta no que clinicamente se denomina complexo psicopatológico.

Somente quando recebemos o choque da visão de nós mesmos como realmente somos, e não de como desejamos pretender ser, é que a jornada para a nossa individualidade essencial pode começar. Encarar a sombra requer humildade. A confiança é também um fator importante. Se acreditamos que a sombra não destruirá a nossa vida se nós a libertarmos, mais facilmente podemos integrá-la em vez de continuar a projetá-la nos outros.

A sombra também pode conter qualidades positivas que ficaram sem desenvolvimento porque a autoimagem é modesta ou tímida em demasia. Pode não ter havido suporte ou estrutura de referência no nosso ambiente inicial para o desenvolvimento de algumas dessas qualidades potenciais.

Uma simples observação da mitologia revelará algumas variações da função potencial da sombra. No mito, a sombra muitas vezes é representada como um animal ou companheiro muito peculiar que salva o herói de um fim prematuro visando seus instintos. Em outros casos, vemos o herói combatendo um inimigo brutal, cuja maldade proposital que surge enigmaticamente provê justo o que o herói precisa. Esses temas míticos ilustram como a sombra realmente contém elementos ausentes que são valiosos ao ego.

Enquanto a sombra constitui o aspecto de nós mesmos condenado ao inconsciente, a persona é a máscara que o ego usa para se apresentar ao mundo exterior. Nos sonhos, por exemplo, a persona pode ser representada por um disfarce ou traje. Como crianças, criamos ou adotamos imagens que nos proporcionaram aceitação cultural ou parental. A persona

reflete, portanto, a identificação do ego com padrões parentais e sociais.

Pode-se também considerar a persona como as ciladas usadas pelo ego para justificar a nossa existência. Ao crescer, muitos de nós experimentamos alguns tipos de privação emocional e por isso não desenvolvemos um sentido forte de autoestima. Como adultos mantemos essa insegurança básica. Os mecanismos de defesa usados para lidar tanto com a dor emocional como com uma existência injustificada são algumas das mãos desesperadas que modelam as máscaras que usamos. Infelizmente, essa postura defensiva do ego nos enrijece, e passamos a agir de acordo com certos padrões que nem sempre conduzem á satisfação das nossas necessidades.

Como crianças, muitos de nós logo aprendemos que era inútil pedir diretamente o que queríamos; por isso tomamos a decisão de parar de expressar nossos sentimentos e necessidades. Recorremos á manifestação de nossa raiva ou nos tornamos manipuladores. Como adultos, em consequência, temos uma história de necessidades e de desejos emocionais não atendidos que nos acompanha nos relacionamentos com os outros. Sem nos comunicarmos com clareza, projetamos com frequência um grande número de expectativas e exigências em nossas relações, apenas para sentir sempre outra vez a dor e a confusão do passado.

Todos temos necessidade de nos sentirmos bem conosco mesmos. Se não nos sentimos aceitos e reconhecidos, nos tornamos amargos e cínicos. Sentimos ciúme dos outros e podemos passar, a vida toda, preocupados em apontar todas as maneiras pelas quais os outros não merecem receber o que nos falta.

A sombra tem uma relação contrária à energia investida na persona. Uma persona muito desenvolvida arrasta a sombra para regiões mais profundas do inconsciente, onde ela se torna muito perigosa. Crimes horríveis em nome do Estado ou da Igreja são exemplos de uma persona muito desenvolvida. No outro lado do espectro, uma persona pouco desenvolvida faz com que seja difícil viver no mundo social. Automaticamente, nos alienamos se formos incapazes de aceitar qualquer dos papéis ou regras da sociedade. Em qualquer dos extremos, somos inibidos na realização e manifestação da nossa individualidade.

Quando expressadas de forma consciente, sombra e persona são instrumentos essenciais para a autodescoberta e funcionamento no mundo. Uma tarefa importante consiste em integrar as qualidades da sombra e da persona, sem se identificar com elas.

Gilberto Gonçalves

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