Na Africa existe uma palavra e
um costume chamado Ubuntu. É uma filosofia que leva a prática do Eu Sou o que
sou porque todos Somos. Vale a pena refletir sobre esta perspectiva que nos
coloca como parte de um grande organismo onde todos precisam ser felizes e
realizados, onde o indivíduo não pode ser melhor que o todo, onde a partícula
se integra a grande Onda do Infinito. E
assim, Onda e partícula compartilham a visão do Uno no Diverso.
Eu estava Observando no Metrô
como as pessoas interferem umas nas outras. Isso me fez ver aquela situação
como as células de um corpo, unidades individuais e únicas, que interagem entre
si, interferem de alguma forma uma na outra, mas também interagem com o meio em
que vivem, e são responsáveis pela sua sua saúde e integridade.
As unidades Formam entre si
uma dualidade e com o meio uma trindade. Me projetei então para os
relacionamentos dos seres humanos entre si e
com o meio, a Sociedade e o Universo.
Trazendo esta reflexão para o
mundo atual e as redes sociais vemos que
nós nos espelhamos uns nos outros, sem perceber que estamos buscando
compreender a nós mesmos. Mas o Universo também forma uma grande rede e se
espelha em cada um de nós para ter existência. Assim como precisamos nos amar
uns aos outros, também precisamos nos deixar amar pelo Universo para que a vida
possa fluir em nós em toda sua plenitude.
Há um vídeo no youtube com
Nelson Mandela falando sobre a filosofia Ubuntu, quem desejar pode acessar o
seguinte link.
https://youtu.be/9QnEaKZ_4kY
Esta filosofia nos leva a
refletir mais profundamente sobre nosso papel na sociedade.
Como que nós, pequeninos
espelhos do universo podemos resolver nossa dupla condição ao mesmo tempo de
seres Únicos e individuais e também integrantes da grande Onda que reúne a tudo e todos?
Como poderemos desenvolver nossa visão para ver ao mesmo tempo o todo e o individuo de forma integrada?
Esperamos que o Universo nos
encha de inspiração e sabedoria, mas esta inspiração é como uma semente atirada
no solo. Se este não estiver devidamente preparado, fertilizado e adubado nada
acontecerá com esta semente. Por outro
lado, a qualidade do solo é quem irá determinar que tipo de semente receberemos
e o cuidado que tivermos no cultivo determinará que tipo de colheita teremos.
Não seria talvez interagindo
cada vez mais uns com os outros e com o todo devolvendo ao meio parte do que
nos tornamos que estaríamos cultivando um terreno mais fértil e propicio a
receber novas sementes?
Vemos que muitas pessoas abrem
mão de seu direito, melhor diria, sua obrigação de expressar sua
individualidade, guardando para si mesmos suas reflexões e observações, e assim
deixando de contribuir para a melhoria de si mesmo e do todo.
Por outro lado, vemos um outro
grupo interferindo nas escolhas individuais e impondo suas vontades,
principalmente sobre aqueles que ainda estão inseguros, tentando entender
melhor seu papel no universo. Eles acabam com isso por dominar os métodos e
processos que conduzem e influenciam a Sociedade.
Ambos não são capazes ainda de
perceber a dimensão do todo interagindo com o indivíduo, mas enquanto o
primeiro grupo lida com isso de forma tímida, o segundo grupo o faz de forma
agressiva, e acaba assumindo o controle de si mesmo e do meio, porque acredita
que nada existe além de suas próprias ações e iniciativas.
Percebemos então porque tudo parece
tão caótico, pois o meio também reage a estas intervenções ou omissões, mesmo
que de forma silenciosa tudo afeta a todos.
E assim caminha a
humanidade...
Diz um proverbio que para
conhecer alguém verdadeiramente é preciso calcar suas sandálias vestir suas
roupas e andar pelos caminhos que ele andou.
Como compreender o outro se
você vê e sente o mundo de forma única e particular?
Para um homem, cortar o cabelo
é uma coisa simples e não tem nada de especial nisso. Mas para uma mulher isto
é um ritual de grande significado com grande investimento que espera um
retorno, um elogio, um reconhecimento dos demais.
Este é só um exemplo de
grandes diferenças entre homens e mulheres, mas mesmo entre homens e mulheres
existem grandes diferenças que os tornam únicos na forma de ver e sentir o
mundo.
Isso serve para nós
refletirmos sobre a forma como estamos nos relacionando e como estamos
resolvendo nossos conflitos, se estamos buscando resolver do nosso jeito ou se
somos capazes de penetrar no reflexo do outro e compreende-lo.
Esta nossa forma única de ser
ao mesmo tempo que nos diferencia nos limita. O segredo para transpô-la está no
axioma Hermético que afirma que o que está em cima é igual ao que está em
baixo. Podemos então deduzir que também o que está do lado de fora reflete o
que está do lado de dentro.
Então, para conseguirmos
compreender o outro, precisamos olhar seu reflexo, e então compreender pela
visão do que está fora, aquilo que está dentro. Compreender sua maneira de ver
e sentir o mundo e buscar nos adaptarmos a ela e encontra a Harmonia nos
relacionamentos e resolver os conflitos.
Neste sentido nos
relacionamentos, tanto a imposição quanto o desprezo são dificuldades de
negociar que demonstram estas fraquezas da dualidade. São formas diferentes de
colocar um ponto final na questão para não permitir que ela avance por terrenos
que não sabemos percorrer e revele ainda mais nossas fraquezas e limitações. A imposição de ideias aos outros fere mais
aquele que não sabe expor e negociar suas próprias ideias e
prefere a confortável posição da crítica ou do silêncio abrupto que soa mais
como um corte do que uma reflexão.
Mas entre ativos e passivos, existem ainda aqueles que se utilizam de ambos os métodos para buscar compreender a si mesmo e o meio. Estes misturam cautela com ousadia e mesmo não tirando os pés do chão, se aventuram na investigação de sua própria natureza, dos seus semelhantes e a natureza do universo ao seu redor. São os eternos pensadores, refletindo sobre todas as formas de estímulos internos e externos que recebem.
Penetram no interior mas voltam ao exterior para comparar suas reflexões com o meio e assim tiram suas próprias conclusões. Não aceitam formulas prontas, mas sempre estão dispostos a refletir sobre uma nova ideia e uma nova forma de pensar vinda do meio ou dos seus semelhantes, desde que possam compreender e assimilar. São cálices abertos a receber e prontos a se esvaziar, mas não abrem mão do direito de escolha e de reflexão e entendem que seja possível conciliar o sentir e o compreender.
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Nossa sede é na Rua Campos Sales, 38, Tijuca Rio de Janeiro. Temos palestras públicas toda segunda feira as 19hs.
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